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Colaboração para Folha Online As idas e vindas ao sertão cearense deram a Rachel de Queiroz alguns personagens, que permeiam seus livros. A carreira literária começou precoce, aos 20 anos, com a publicação de "O Quinze", que fala sobre uma das piores secas nordestinas. Entre romances, peças de teatro e crônicas, sua obra ocupa um lugar de destaque na literatura nacional, abrindo-lhe as portas da ABL - Academia Brasileira de Letras - como a primeira escritora a sentar-se entre os imortais. Seu último romance, "Memorial de Maria Moura" (1992) nasceu de uma pesquisa sobre o banditismo nordestino. Nessas pesquisas, Rachel de Queiroz se deparou com a saga de uma mulher que roubava para dar comida aos filhos. Descobriu que a primeira grande seca registrada oficialmente aconteceu em Pernambuco, em 1602. Nesta seca, uma mulher chamada Maria de Oliveira tornou-se conhecida porque, juntamente com os filhos e uns "cabras" saiu assaltando fazendas. A essa imagem de mulher nordestina forte, a escritora misturou traços da personalidade da rainha Elizabeth Primeira, da Inglaterra. E também de Maria Lacerda de Moura, uma das mais importantes lideranças feministas, entrevistada por Rachel em 1928. Assim surgiu a mulher destemida que tocou fogo na casa onde vivia e saiu no mato em busca de um pouso seguro para construir o seu império. Em 1994, "Memorial de Maria Moura" virou minissérie na Rede Globo, com Glória Pires no papel principal. A escritora não escondeu sua insatisfação com o que chamou de "exageros" da adaptação para o vídeo. Romance Literatura Infanto-Juvenil Crônica |
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