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Macunaíma

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Biografia

Mario de Andrade

O desvairado Mario de Andrade

Colaboração para a Folha Online

Mário Raul Morais Andrade foi um revolucionário das artes. Poeta, romancista, crítico de arte, folclorista, musicólogo e ensaísta, ele nasceu, viveu e morreu em São Paulo. Ajudou a fundar o movimento modernista brasileiro. Participou da famosa Semana de Arte Moderna de 1922. Chocou a burguesia paulistana do início do século passado. E teve em vida todo o reconhecimento merecido.

Mario de Andrade nasceu no dia nove de outubro de 1893, filho de Carlos Augusto de Morais e Maria Luiza Leite Morais Andrade. Estreou no mundo literário, em 1917, com “Há uma gota de sangue em cada poema”, feito sob o impacto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), mas que trouxe poucas novidades em termos de estilo.

Mas foi nesse mesmo ano (1917), que ele teve seu primeiro contato com a modernidade, visitando a exposição de Anita Malfatti. Empolgado, se juntou, em 1920, ao grupo modernista que nascia em São Paulo. No ano seguinte, esteve presente no lançamento do movimento no banquete realizado no Trianon. E, em 1922, participou ativamente da Semana de Arte Moderna.

Com “Paulicéia desvairada”, lançado em 1922, dá largada aos poemas modernistas no Brasil. Nele, faz uma análise da cidade de São Paulo e seu provincianismo. Deixou a elite paulistana de cabelo em pé com “Amar verbo intransitivo” (1927), que conta a história de Carlos um adolescente de família tradicional iniciado no sexo por uma alemã contratada por seu pai, um rico industrial, para essa tarefa.

Sua obra mais marcante, porém, foi “Macunaíma” (1928). De fundo romanesco e satírico, o livro foi escrito durante umas férias em Araraquara (SP). Nele, Mario de Andrade retrata, segundo ele próprio, o brasileiro comum. Trata-se de uma epopéia cheia de lirismo, onde são misturados o folclore e a mitologia, a história e o linguajar popular.

Depois de romper com Oswald de Andrade, em 1930, Mário apoiou a “Revolução de 1930”, movimento armado liderado pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e que culminou com a deposição do presidente paulista Washington Luís.

Morreu de enfarte, no dia 25 de fevereiro de 1945, em São Paulo.

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