Contexto histórico e obra

Com narrativas ágeis e envolventes, Rubem Fonseca é um escritor pós-modernista que retrata, em seus livros, as contradições do universo urbano, muitas vezes destacando tipos humanos e grupos sociais esquecidos ou marginalizados como o lutador de boxe, o cobrador de ônibus, a garota de programa, o contrabandista, o ladrão e o inspetor de Polícia.

Seus contos destacam-se pela variedade. O autor recorre a diferentes focalizações narrativas, principalmente a primeira e terceira pessoas."Agosto" (1990), por exemplo, é um romance que se passa em 30 dias, no mês da morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954. Nele, o autor entremeia fatos históricos a uma trama fictícia, mostrando uma rede de corrupção que atinge quase todas as personagens.

O protagonista é o comissário Matos, um policial honesto que se recusa a compactuar com qualquer ato de corrupção.Vários crimes acontecem ao mesmo tempo e o clímax fica por conta do suicídio de Getúlio Vargas, que interfere muito na vida do comissário.

Matos tem o individualismo a marca de sua condição existencial. Mas, para surpresa geral, ele acaba morto ao lado de sua namorada, que também é executada. E os crimes de corrupção permanecem impunes.

Principais Obras
Os prisioneiros (1963)
A coleira do cão (1965)
Lúcia McCartney (1967)
O caso Morel (1973)
Feliz Ano Novo (1975)
O homem de fevereiro ou março (1973)
O cobrador (1979)
A grande arte (1983)
Bufo & Spallanzani (1986)
Vastas emoções e pensamentos imperfeitos (1988)
Agosto (1990)
Romance negro e outras histórias (1992)
O selvagem da ópera (1994)
Contos reunidos (1994)
O Buraco na parede (1995)
Histórias de Amor (1997)
Do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto (1997)
Confraria dos Espadas (1998)
O doente Molière (2000)
Secreções, excreções e desatinos (2001)
Pequenas criaturas (2002)
Diário de um Fescenino (2003)
Ela e outras mulheres (2006)
O romance morreu (2007)