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Contexto histórico e obra Antônio Callado escreveu livros de reportagens e obras literárias engajadas com as grandes questões de seu tempo. Em "Quarup" (1967), "Bar Dom Juan" (1971), "Reflexos do Baile" (1976) e "Sempreviva" (1981), o autor desenha o retrato do Brasil durante o regime militar sob a ótica dos opositores. Com traços regionais marcantes, "Quarup" é considerado o romance mais engajado da década de 60. Seu enredo é centrado na figura do padre Nando, que vive num mosteiro, no Recife, e alimenta a idéia de criar com os índios, na floresta amazônica, uma sociedade utópica. Já em Bar Don Juan, ele traça um painel da aventura guerrilheira no Brasil nos primeiros anos da ditadura. O romance revela as contradições e o despreparo de um grupo de jovens intelectuais cariocas, boêmios, que se envolvem com a guerrilha, motivados por Ernesto Che Gueverra. Trata-se de um perfil psicológico dos adeptos do que à época se chamava "esquerda festiva", que nas mesas de botequim elaborava planos para tirar os militares do poder. "Reflexos do Baile" mostra a necessidade do escritor exercer o papel de informar. Nele, Callado monta um mosaico, que exige do leitor muita atenção. O livro conta a história do seqüestro de um embaixador -- medida bastante usual pelos militantes de esquerda -- durante um baile de gala. Qualquer semelhança com a realidade brasileira, não era uma mera coincidência. Era o estilo Callado de escrever. Romances
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