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Contexto histórico e obra Na obra de Guimarães Rosa, prosa e poesia confundem-se. Ele estiliza o linguajar sertanejo, recria e inventa palavras, mescla arcaísmos com vocábulos eruditos, populares e modernos. E, ao mesmo tempo, contesta a sociedade que prostitui o indivíduo pela corrupção, o que dá à sua obra literária um caráter universal, onde as questões morais e metafísicas são abordadas. Para ele, a revolução é, antes de tudo, um ato de poesia. O autor acabou se fazendo um escritor antiurbano. Costuma ser enquadrado na terceira fase do modernismo. Mas embora de caráter regionalista, seus textos superam o regionalismo tradicional, que ora idealizava o sertanejo, ora se comprazia com aspectos meramente pitorescos, com o realismo documental ou com a transcrição da linguagem popular e coloquial. No meio dessa linguagem nova, a temática abordada é existencialista, com as idagações universais do ser humano: o sentido da vida e da morte, a existência ou não de Deus e o diabo, o significado do amor, da ambição, do ódio. Com o livro "Primeiras estórias", publicada pela primeira vez em 1962, recebeu o Prêmio do PEN Clube do Brasil. Nele, estão 21 contos, onde o autor aborda diferentes faces do gênero: do psicológico, passando pelo fantástico, pelo anedótico até o autobiográfico. São estórias aparentemente banais. A maioria se passa em ambiente rural. Apenas em dois deles – "O Espelho" e "Daradina", o ambiente é urbano. As personagens são crianças e adolescentes superdotados, santos, bandidos, gurus sertanejos e, principalmente, loucos. Principais obras
Sagarana (1946) |
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